Mães do mundo animal: protetoras incansáveis

4 de Maio 2023

Amor incondicional, intuição, paciência, habilidade multitarefas, organização, coragem… estes são alguns dos reconhecidos superpoderes das mães. Sejam humanas ou de muitas outras espécies.

 

São muitas as mães do mundo selvagem que têm a seu cargo a responsabilidade de proteger, alimentar e cuidar das crias, para garantir a sua sobrevivência nos ambientes hostis e perigosos em que vivem.

No reino animal é bastante frequente serem as fêmeas a ensinar capacidades tão importantes como caçar, defender-se de predadores e comunicar com outros membros do grupo, mas algumas espécies têm mães particularmente cuidadoras, que se ligam emocionalmente às crias e desenvolvem estratégias únicas para as proteger e nutrir.

As mães elefantes, por exemplo, são conhecidas por criarem laços emocionais muito fortes com os seus filhotes. Com estes ternos gigantes é tudo em grande – a gestação dura 22 meses, o bebé nasce com 120 kg e a amamentação acontece até aos seis anos. Nesta sociedade matriarcal, todas as mães ajudam a cria a levantar-se após o nascimento e mostram-lhe como mamar. Num verdadeiro trabalho de equipa, as elefantas mais velhas adequam o ritmo da manada aos pequenos passos da cria, que se desloca no interior do grupo, protegida dos predadores.

Outro caso em que os laços maternos são bastante fortes, é o do orangotango. Durante os primeiros quatro meses após o nascimento, o contacto físico entre mãe e filho nunca é interrompido, pois as mães carregam os seus bebés junto a si constantemente. Gera-se um vínculo tão robusto que, mesmo depois de terminados os 5 a 8 anos de amamentação, as fêmeas visitam regularmente as suas mães até aos 16 anos.

Mas as campeãs das relações duradouras são as orcas: as crias permanecem junto das suas mães durante toda a vida, e, enquanto bebés, são vigiadas 24 horas por dia, sete dias por semana.

A mamã pinguim imperador, por seu lado, é mestra em engenho e perseverança. Ainda antes de o seu filhote nascer, ela deixa o ovo ao cuidado do pai e parte para uma caminhada de cerca de 80 quilómetros até ao mar para pescar. Quando regressa, regurgita a comida para alimentar o pequeno pinguim. Se se der o caso de a sua cria morrer, esta mãe faz luto e só volta a pôr outro ovo depois de passar um ano.

A segurança dos filhos é palavra de ordem para as mães jacaré e crocodilo, que não correm riscos e transportam-nos cuidadosamente na sua boca desde que nascem. Aí, abrigados pelas fortes mandíbulas, ficam a salvo dos perigos do rio. Estes bebés desenvolveram a capacidade de emitir sons específicos quando estão prestes a eclodir dos ovos, para que a sua mãe possa ir resgatá-los. Depois, durante os dois anos em que vivem juntos, voltam a emitir sons de socorro sempre que precisam de ser salvos pela progenitora.

A fechar o tema, não podiam faltar as mães felinas, muito super protetoras com as crias, especialmente as leoas, as tigresas e as chitas. Estas mães separam-se da alcateia para criarem os seus filhotes em isolamento, deslocando-os frequentemente, tanto em busca de alimentos quanto para evitar uma concentração de odores que possa atrair os predadores. Alguns dos registos mais fantásticos de lutas ferozes no mundo selvagem têm sido protagonizados por estas mães-coragem, que, não raras vezes, morrem enquanto protegem as suas crias.

Exemplos inspiradores de que, mesmo em ambientes hostis, é possível desenvolver laços emocionais.