Sacos de plástico: ameaças e soluções

3 de Julho 2023

A luta contra a poluição pelos plásticos e a favor de uma economia mais amiga do planeta começa com as nossas opções enquanto consumidores.

No princípio, era o papel. Até aos anos 70 do século passado, era nele que se transportavam as mercearias dos supermercados, os medicamentos das farmácias, que se embrulhava a carne, o peixe, o pão… Em 1933, numa fábrica de produtos químicos em Northwich, Inglaterra, o polietileno – o plástico de utilização mais comum – foi sintetizado com aplicação à escala industrial e, poucas décadas depois, o mercado de embalagem mudou por completo.

Em 1965, o saco de compras de polietileno de peça única é patenteado pela empresa sueca Celloplast, e, no final da década de 80, os sacos de plástico tinham substituído os de papel em praticamente todo o mundo.

Quando, em 1997, o Capitão Charles Moore, marinheiro e investigador, descobre a Grande Ilha de Lixo no Pacifico, onde a quantidade de plástico ocupa, atualmente, uma área de 1,6 milhões de quilómetros quadrados (17 vezes maior que Portugal continental), percebeu-se a verdadeira dimensão dos efeitos duradouros e nocivos dos produtos plásticos descartáveis.

Anualmente, são produzidos cerca de um bilião (1.000.000.000.000!) de sacos de plástico e utilizados por nós, no dia a dia, mais de 500 mil milhões. E se estes números já o deixam de queixo caído, prepare-se para o que se segue: a média de utilização de cada um destes 500 mil milhões de sacos é de 15 minutos.

Feitas as contas, 40% do plástico produzido a nível global destina-se ao fabrico destes sacos de plástico descartáveis, que são fatais para o planeta, para os animais e, no fim do ciclo, também para a nossa saúde.

 

Problemas da produção ao descarte

Os sacos de plástico têm na sua origem combustíveis fósseis – um recurso não renovável e muito poluente em termos de libertação de químicos tóxicos e de gases com efeitos de estufa, responsáveis pelo aumento da temperatura média do planeta. A quantidade de petróleo usada para produzir 14 sacos de plástico equivale ao combustível necessário para um automóvel percorrer mais de 1,6 quilómetros.

Grande parte dos sacos de plástico acabam em aterros ou nos oceanos. O que, além da poluição óbvia, constitui um perigo para a biodiversidade: muitos animais consomem o plástico por engano, confundindo-o com alimento (como os pássaros a depenicar o lixo a céu aberto ou as tartarugas marinhas à caça de alforrecas); ou inadvertidamente (como os peixes, que, sem querer, engolem milhares de toneladas de plástico por ano), adoecendo e morrendo, ou transferindo pedaços microscópicos de plástico pela cadeia alimentar até chegar aos seres humanos – um relatório do World Wide Fund for Nature refere que, globalmente, cada pessoa consome o equivalente a um cartão de crédito de plástico por semana.

Os mais de 12 milhões de toneladas de plástico que chegam anualmente aos oceanos são responsáveis pela morte de mais de 1 milhão de aves marinhas e 100 mil mamíferos marinhos. Dizem as previsões do Fórum Económico Mundial que, em 2025, haverá mais plástico do que peixe nos oceanos.

Os sacos de plástico não são biodegradáveis e, tanto num aterro como no oceano, podem demorar entre décadas e centenas de anos a desaparecer – nunca se decompõem completamente, vão-se degradando e tornando-se microplásticos que absorvem toxinas e continuam a poluir o meio ambiente.
Com tudo o que se sabe hoje, o regresso ao papel e outros materiais naturais, renováveis, recicláveis e biodegradáveis na área da embalagem é um imperativo de sobrevivência do planeta.

 

A alternativa sustentável dos sacos de papel

A assinatura “From fossil to forest” acompanha a linha de papéis de embalagem gKRAFT, da The Navigator Company, mentora do projeto My Planet. Inclui a submarca BAG, para vários tipos de sacos de papel, usada já por marcas internacionais como a Zara, Desigual, Nike ou Real Madrid.

Lançada em 2021, a gama gKRAFT traduz o objetivo da Navigator de contribuir para acelerar a transição do uso de materiais de base fóssil para a utilização de fibras naturais, recicláveis e biodegradáveis, neste caso provenientes do eucalipto globulus, obtido em florestas geridas de forma responsável e devidamente certificadas.

A fibra virgem do eucalipto globulus potencia o uso eficiente de recursos, numa lógica de “mais com menos”, pois a produtividade florestal do eucalipto é cinco a sete vezes superior à do pinheiro nórdico, e também exige menor quantidade de madeira para produzir a mesma quantidade de papel. Apresenta também maior rotatividade, contribuindo, assim, para maximizar a captação de dióxido de carbono na mesma área. A morfologia e estrutura molecular do globulus é ainda reconhecida por potenciar mais ciclos de reciclagem que outras fibras papeleiras.