Existem poucos recursos mais vitais do que a água. Quer se trate da que bebemos ou da que usamos para tomar banho e lavar a louça e a roupa, não passam mais do que umas horas por dia sem que usemos água. Mas é um recurso em risco.
De acordo as Nações Unidas, o consumo mundial de água aumentou seis vezes nos últimos cem anos, e continua a crescer de forma constante, a uma taxa de cerca de um por cento ao ano. O motivo? O aumento populacional, o desenvolvimento económico e as mudanças nos padrões de consumo.
E as perspetivas futuras não são animadoras, com as alterações climáticas a agravarem a situação de regiões que já apresentam escassez de água e a tenderem para provocar stresse hídrico noutras onde, atualmente, este recurso ainda é abundante.
Muitos ecossistemas também estão em risco, nomeadamente as florestas, cujas bacias hidrográficas fornecem cerca de 75 por cento da água doce disponível em todo o mundo. Além disso, esta degradação afeta ainda a prestação de serviços do ecossistema relacionados com a água, como a sua purificação, a captura e o armazenamento de carbono e a proteção natural face a inundações, bem como a provisão de água para a agricultura, a pesca e o lazer.
As florestas e árvores são, segundo a FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura), essenciais para manter sistemas de produção, comunidades e ecossistemas resilientes, nomeadamente porque são vitais para o abastecimento mundial de água: intercetam a humidade atmosférica, contribuem para a formação de nuvens e chuva, reduzem a erosão e reabastecem os mantos de água subterrânea. E as Nações Unidas reconhecem o acesso à água potável como um dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável e crucial para o avanço dos direitos humanos, reduzindo a pobreza e a desigualdade e possibilitando a paz, a justiça e a sustentabilidade.
Neste Dia Mundial da Água, paremos um pouco para pensar em tudo isto. A água é um bem essencial e escasso, que temos de proteger, mas que tomamos como certo. Pequenos gestos no dia-a-dia podem fazer a diferença. Se não, vejamos os conselhos do Portal da Água (www.portaldaagua.pt):
– Um duche de 15 minutos, com a torneira sempre aberta, consome cerca de 180 litros. Se fecharmos a torneira enquanto nos ensaboamos, e se diminuirmos o tempo do duche para 5 minutos, reduzimos o consumo para 60 litros.
– Ao lavarmos as mãos ou os dentes com a torneira aberta, podemos gastar até cerca de 14 litros de água. Se usarmos um copo, diminuímos o consumo para apenas um litro.
– Fazer a barba mantendo a torneira aberta pode gastar até 40 litros de água. Colocando uma tampa no lavatório, gastam-se apenas dois litros.
– Lavar o carro à mão, com recurso a uma mangueira, pode gastar cerca de 500 litros de água. Se utilizarmos um balde e esponja, reduzimos o gasto para 50 litros.
– Em cada descarga de autoclismo gastamos cerca de 15 litros de água. Podemos colocar uma garrafa de 1,5 litros dentro do depósito da água, diminuindo a descarga para 8,5 litros.
– Uma torneira a pingar de cinco em cinco segundos, durante 24 horas, pode gastar 30 litros de água por dia, o que corresponde a mais de 10.000 litros de água por ano. Sem fugas, não há gastos.