Animais com nomes
de outros animais

5 de Fevereiro 2021

A rã-de-focinho-pontiagudo, que vive nas florestas da The Navigator Company, é, afinal, um sapo. Inspirados por este “travestismo”, fomos à procura de animais cujo nome faz referência a outros animais.

Pode parecer preguiça ou, pelo menos, falta de imaginação. Mas a verdade é que, muitas vezes, a maneira mais direta de descrever um animal é por referência a outros que se lhe assemelham, seja na aparência, nos hábitos alimentares ou no comportamento. Ora veja.

Rã-de-focinho-pontiagudo

O aspeto de rã é o responsável pelo nome comum deste sapo (de nome científico Discoglossus galganoi). É uma espécie endémica da Península Ibérica, isto é, que existe apenas em Portugal e na metade Oeste de Espanha. Vive numa grande variedade de habitats, geralmente próximo de pontos de água. A sua cor acastanhada ou acinzentada e os padrões do dorso podem variar muito.

Escaravelho-rinoceronte

Tal como o seu homónimo, o escaravelho-rinoceronte macho tem uma espécie de corno curvo, que utiliza para lutar contra os rivais na época de acasalamento.

Existem cerca de 1500 espécies de escaravelho-rinoceronte, mas todas partilham o “chapéu” de chifres. O escaravelho-rinoceronte-europeu (Oryctes nasicornis) é um dos maiores da Europa, podendo atingir os seis centímetros. Mas há, no mundo, espécies que crescem até aos 15 centímetros! Apesar do tamanho considerável para um inseto, são inofensivos para os humanos, e, em certas partes da Ásia, até são populares como animais de estimação.

Grilo-toupeira

De nome científico Gryllotalpa, é comumente conhecido como grilo-toupeira, e também por ralo. Os membros anteriores em formato de pá permitem-lhe escavar galerias no solo, onde se enterram como fazem as toupeiras. Tanto estes membros anteriores como as patas traseiras são surpreendentemente parecidos com os das toupeiras, desde o ângulo voltado para fora até às “garras” nas pontas.

Em Portugal, há três espécies de grilo-toupeira. Dizem os especialistas que se distinguem bem pelo canto, mas que são quase impossíveis de separar “pela cara”.

Aranha-camelo

Pertencem à ordem Solifigidae, dentro da classe aracnídea, mas não são bem aranhas. Há quem lhes chame escorpiões-do-vento, mas também não são escorpiões. E, definitivamente, não são camelos.

A aranha-camelo não tem fieiras, logo, não consegue tecer teias. O que, convenhamos, não é lá muito aracnídeo da sua parte. Mas o resto do corpo parece, realmente, uma aranha, o que explica a primeira parte do seu nome comum. A segunda parte tem duas explicações possíveis. Por um lado, pode dever-se ao facto de ocuparem regiões quentes e secas, e serem muito comuns no deserto. Por outro, existe o mito de que se alimentam de estômagos de camelo, que pode ter começado porque tendem a esconder-se do sol, e, no deserto, utilizam as sombras dos camelos para esse efeito.

Esta espécie, que tem o nome científico Gluvia dorsalis, é o único solífugo que podemos encontrar em Portugal. Não possui glândulas de veneno, mas tem quelíceras muito fortes, em forma de pinças, pelo que a sua mordida – atacam quando se sentem ameaçadas – pode ser dolorosa.