As árvores também nascem do papel

16 de Fevereiro 2021

As árvores utilizadas para fazer papel são renováveis, plantadas, colhidas e replantadas de forma sustentável. Por isso, estas florestas estão em crescimento, contrariando a tendência global de perda de área verde. Todos os anos, a indústria de pasta e papel planta mais árvores do que aquelas que colhe.

A produção e o uso de papel não causam o desaparecimento das florestas. Pelo contrário: é quando a procura de papel diminui que o número de árvores também decresce, reduzindo-se os importantes impactos positivos que a floresta tem para o ser humano e o planeta, desde o oxigénio à água potável.

Todos os anos, a indústria de pasta e papel planta mais árvores do que aquelas que colhe: uma média de cinco por cada uma utilizada para fazer papel, afirma a TAPPI – Technical Association of the Pulp & Paper Industry. O setor contribui, assim, para contrabalançar a tendência mundial de perda de floresta.

Os números do relatório The State of The World’s Forest 2020, da FAO (Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação), confirmam este cenário. Por um lado, entre 2015 e 2020, foram destruídos 10 milhões de hectares de floresta por ano, devido sobretudo à expansão agrícola (a criação intensiva de gado e o cultivo de soja e de óleo de palma foram responsáveis por 40 por cento da desflorestação tropical entre 2000 e 2010, e a agricultura local de subsistência por mais 33 por cento). Por outro lado, a plantação de novas florestas foi crescendo, reduzindo o ritmo de perda de área total florestal: de 7,8 milhões de hectares por ano na década de 1990 para 4,7 milhões anuais na década 2010–2020.

Ao usar matéria-prima proveniente de florestas renováveis, o setor de celulose e papel assume um lugar de destaque na chamada economia verde. “A gestão florestal ambientalmente correta, socialmente justa e economicamente viável, contribui para responder às necessidades da sociedade sem esgotar o capital natural”, afirma o WWF (World Wide Fund for Nature), que, na sua Forest Solutions Platform, resume alguns dos principais contributos ecológicos e económicos do setor a nível mundial: as árvores usadas para fazer papel são, de preferência, plantadas em áreas previamente degradadas pela agricultura e pecuária, contribuindo para a recuperação tanto do solo como da biodiversidade; os povoamentos são constituídos em sistema de mosaico, onde áreas de preservação e de reserva coexistem com as plantações florestais e áreas rurais; e as explorações são uma alternativa adicional de renda para os produtores, que não tem impacto na produção de alimentos.

A melhor árvore para o melhor papel

O papel pode ser produzido, basicamente, a partir de dois tipos de árvore: as coníferas, como pinheiros ou abetos, que fornecem uma fibra longa mais rara e cara no processo produtivo, e as árvores frondosas, como eucalipto, bétula ou acácia. No entanto, após décadas de investigação, a partir de 1970, a celulose de eucalipto das espécies E. globulus (da Península Ibérica) e E. grandis (do Brasil) começou a substituir a pasta de bétula (da Escandinávia) no mercado europeu da fibra curta.

Devido às condições de clima e solo, Portugal tem uma vantagem competitiva na produção de Eucalyptus globulus, que serve de matéria-prima para produzir o papel de escritório premium mais vendido a nível mundial, da marca Navigator.

A The Navigator Company aposta na gestão sustentável das suas explorações florestais, garantindo que a matéria-prima que daí provém é 100% certificada e que o ordenamento dos povoamentos respeita a biodiversidade local. No ano passado, em Portugal, a Navigator reflorestou 3 765 hectares de floresta.

É por isso que as árvores também nascem do papel.

Mais de 34% de toda a área florestal mundial (que é de 4 mil milhões de hectares) continua a ser floresta primária, que se regenera naturalmente sem ação humana visível, refere o The State of The World’s Forest 2020.