As marcas humanas que nos guiam na natureza

7 de Novembro 2022

Há sinais para quem caminha por um percurso pedestre. E são preciosos. Informam se estamos no caminho certo ou se nos desviámos da rota, e se devemos virar à esquerda ou à direita em locais que levantem dúvidas. Conheça o código para nunca se perder.

Os percursos pedestres homologados em Portugal têm uma grande diversidade de paisagens, de distâncias, de altitudes e de graus de dificuldade. Mas todos têm em comum as pequenas marcas coloridas que vão dando indicações aos caminhantes. Esta sinalética, registada pela Federação de Campismo e Montanhismo de Portugal no Instituto de Propriedade Industrial, é reconhecida e aceite internacionalmente. Apesar de não ser uma marca internacional, tem semelhanças com as marcas usadas noutros países, sobretudo os do sul da Europa.

O Registo Nacional de Percursos Pedestres (RNPP) é o organismo responsável pela homologação dos percursos, de acordo com um regulamento específico. A cada um é atribuído um número e uma categoria: Pequena Rota ou Grande Rota. A cada cinco anos a homologação é renovada, ou não, mediante a boa manutenção da sinalética e de todas as condições que permitiram o registo da rota.

O primeiro percurso pedestre homologado em Portugal, em 1997, foi a Rota da Serra, no concelho de Grândola. Desde então, a lista de Pequenas e Grandes Rotas foi crescendo, sobretudo nos últimos anos. Hoje existem em território nacional cerca de 8.000 quilómetros de percursos sinalizados e certificados, que acolhem e orientam os caminhantes, adeptos mais ou menos assíduos da prática do pedestrianismo.

Normalmente, além das pequenas marcas que indicam mudança de direção e se o caminhante continua no trilho certo, existem painéis informativos, no início das rotas, com dados importantes, que costumam incluir: a extensão, o tempo estimado para a conclusão do percurso, se é circular ou só de ida, o grau de dificuldade, o tipo de piso, a altitude máxima e mínima e os pontos de interesse ao longo do caminho.

Pequenas Rotas: amarelo e vermelho

As Pequenas Rotas são percursos com uma extensão que pode ir até 30 km. Formam redes concelhias, sendo registadas com uma numeração sequencial própria de cada concelho. Nos casos em que o percurso atravessa mais do que um concelho, é numerado naquele em que se faz a maior parte da sua distância.

As marcas existentes nas Pequenas Rotas usam sempre, e apenas, as cores amarelo e vermelho. A única exceção é o símbolo que designa “Percurso Pedestre de Pequena Rota (PR), decorrendo temporariamente pelo traçado de uma Grande Rota (GR)”, que inclui também o branco. Existe frequentemente também a indicação do número do percurso e uma abreviatura do nome do concelho.

Grandes Rotas: branco e vermelho

As Grandes Rotas são percursos com mais de 30 km e a sua numeração é feita a nível nacional. O seu conjunto constitui o Plano Nacional de Percursos Pedestres. Algumas atravessam territórios de vários países. Quando passam por três ou mais, é-lhes atribuída a letra “E” e um número europeu – que acumula com o número nacional.

Portugal tem duas Grandes Rotas que fazem parte de rotas europeias:

  • GR12 – E7

Caminho do Tejo – Liga Constanza, no Mar Negro, a Lisboa, atravessando toda a Europa, e entra em Portugal pelas Termas de Monfortinho (concelho de Idanha-a-Nova).

  • GR 11 – E9

Caminho do Atlântico – Inicia-se em S. Petersburgo, na Rússia, contorna a Europa pela sua costa norte, entra em Portugal por Valença e termina no Cabo de S. Vicente, percorrendo, sempre que possível, a faixa costeira.

Agora que já domina o código dos percursos pedestres, está preparado para se aventurar com mais segurança pela natureza. No portal Natural.pt encontra muita informação detalhada sobre Grandes e Pequenas Rotas, juntamente com informações úteis sobre a zona onde se inserem.