O mais recente relatório da ONU sobre o plástico adverte que temos de tomar medidas urgentes.
O maior navio de cruzeiro do mundo chama-se Symphony of the Seas, tem 18 andares, mede 361 metros de comprimento, pode transportar quase sete mil passageiros e pesa 228 toneladas. E, sem uma ação urgente, a cada ano das próximas duas décadas será escoado para o oceano o equivalente ao peso de 178 Symphony of the Seas em plástico!
São entre 23 e 37 milhões de toneladas de plástico por ano, alerta o relatório “Da Poluição à Solução: Uma análise global sobre lixo marinho e poluição plástica”, do Programa das Nações Unidas para o Ambiente (PNUMA). Um valor que triplica as atuais onze milhões de toneladas de plástico que chegam anualmente ao oceano.
Esta análise examina a severidade do lixo marinho e da poluição por plásticos – que representa pelo menos 85% do total – e avalia as soluções existentes, ressaltando a necessidade urgente de uma ação global. Pede a “redução drástica do plástico desnecessário, evitável e problemático”, e conclui que é necessária “uma mudança para abordagens circulares, incluindo práticas de consumo e produção sustentáveis, o desenvolvimento e adoção rápida de alternativas pelas empresas, e uma maior conscientização do consumidor, para encorajar escolhas mais responsáveis”.
“Da poluição à solução” deixa ainda um alerta final: a quantidade de plásticos a enfrentar é enorme, mas a ciência diz-nos que a maioria das soluções necessárias já existem. O que falta, então? “Embora tenhamos o conhecimento, precisamos da vontade política e da ação urgente dos governos para enfrentar esta crise crescente.”
Este relatório alimentará as discussões na Assembleia das Nações Unidas para o Meio Ambiente (UNEA 5.2), prevista para março de 2022, na qual os países se reunirão para decidir o caminho a seguir para a cooperação global sobre esta questão.
