Floresta autóctone: uma herança viva protegida pela floresta plantada

22 de Novembro 2023

Proteger e restaurar as florestas nativas é fundamental para a conservação da biodiversidade. Um objetivo potenciado pelo contributo da gestão sustentável das florestas de produção.

Medronheiros, castanheiros, loureiros, azereiros e todos os carvalhos, entre os quais se encontram as azinheiras e os sobreiros, são algumas das árvores que constituem o mosaico da floresta autóctone portuguesa – uma herança viva que queremos deixar às gerações futuras. Adaptadas às condições do solo e do clima de cada território, resistentes e resilientes face a longos períodos de seca ou de chuva intensa e à propagação de pragas, doenças e incêndios, os habitats formados por estas espécies são lugares de refúgio, alimentação e reprodução para um grande número de espécies de fauna e flora. O valor desta floresta nativa é, assim, incalculável.

Na equação de fornecimento de serviços de ecossistema, as florestas plantadas contribuem para a preservação da floresta autóctone. Ao reduzirem a extração de madeira nas florestas naturais e produzirem benefícios socioeconómicos para as populações rurais, por exemplo, as florestas plantadas têm um papel chave na conservação da natureza. Mas o seu contributo vai mais além.

Quando existe uma gestão responsável, que obedece a exigentes padrões de certificação, as florestas de produção contribuem para promover a conservação da biodiversidade, ao mesmo tempo que desempenham um papel importante em termos de ação climática, devido à capacidade de sequestro de carbono dos ecossistemas florestais.

Esta gestão exige um planeamento rigoroso do ciclo das operações florestais, desde a plantação até à colheita das árvores. O objetivo é sempre cuidar da floresta, à escala da paisagem, tornando-a mais diversa, mais resiliente e mais produtiva.

Como a Navigator contribui para a conservação da floresta autóctone

São as boas práticas de gestão silvícola, quando se trata de uma floresta de produção, que fazem a diferença no que toca à proteção ambiental e ao impacto positivo nas espécies autóctones. Os espaços florestais geridos pela The Navigator Company, mentora do projeto My Planet, mostram como é possível conciliar os objetivos produtivos com um importante contributo para a conservação da biodiversidade.

De acordo com os dados referentes a 2022, 12.900 hectares da área sob gestão da Navigator em Portugal (12% do total) são Zonas de Interesse para a Conservação, refletindo o compromisso da Companhia no que toca à gestão e recuperação de ecossistemas e à proteção das espécies que deles dependem.

Nos cerca de 106 mil hectares de floresta que estão sob a sua gestão, foram identificadas mais de 250 espécies de fauna e mais de 900 espécies e subespécies de flora, incluindo várias protegidas e endémicas. Estas espécies têm sido alvo de monitorização regular, sobretudo aquelas consideradas “ameaçadas” pela Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza. É o caso, por exemplo, do carvalho-de-monchique (Quercus canariensis). Tratando-se de uma espécie autóctone rara, da qual apenas existem cerca de 350 exemplares no país, a Navigator tem promovido um plano para apoiar a sua recuperação, através da plantação de novas árvores, mas também da dispersão de bolotas, produzidas em viveiro. A ação está a ser levada a cabo na propriedade de Águas Alves, na Serra de Monchique.

Já em 2023, a Companhia iniciou o restauro ecológico de uma área de 110 hectares – o equivalente ao tamanho de 110 campos de futebol – no concelho de Idanha-a-Nova, em plena Reserva Natural da Serra da Malcata. Esta intervenção tem como objetivo a promoção de habitats naturais e seminaturais, criando condições para que haja uma regeneração de espécies autóctones, como os castanheiros, os carvalhos e as azinheiras.

Estas intervenções nas serras da Malcata e de Monchique são dois exemplos de como a produção certificada de eucalipto gera meios e recursos que permitem investir não só na conservação, mas também no restauro da floresta autóctone. Juntas, florestas plantadas e florestas nativas potenciam o importante ativo ambiental e socioeconómico que este ecossistema, como um todo, representa.