Natureza selvagem nas margens do Tejo

17 de Agosto 2021

Numa das zonas menos povoadas de Portugal, encontramos vales profundos, com encostas abruptas, e um certo ar selvagem que confere um encanto especial à paisagem. Com um património natural riquíssimo, devido à sua biodiversidade, o Parque Natural do Tejo Internacional é considerado um dos mais relevantes da Europa.

O Parque Natural do Tejo Internacional (PNTI) abrange uma área de 26 484 hectares, em que o rio Tejo faz a fronteira entre Portugal e Espanha. Engloba partes dos concelhos de Castelo Branco, (nas freguesias de Castelo Branco, Malpica do Tejo, Monforte da Beira e na união de freguesias de Cebolais de Cima e Retaxo), Idanha-a-Nova (na freguesia de Rosmaninhal e nas uniões de freguesias de Monfortinho e Salvaterra do Extremo, e de Zebreira e Segura) e Vila Velha de Ródão (na freguesia de Perais).

Aqui, são os animais e as plantas que reinam.

Na fauna, destacam-se várias espécies protegidas por convenções internacionais, algumas classificadas como em perigo de extinção, outras com estatuto de vulneráveis e outras consideradas raras.

Neste ecossistema, foram inventariadas até ao momento 179 espécies de aves, 39 espécies de mamíferos, 17 espécies de répteis, 13 espécies de anfíbios, 18 espécies de peixes, mais de 400 espécies de lepidópteros e 32 espécies de odonatas.

De entre todas, a avifauna assume um destaque particular, com a ocorrência de espécies como a águia-imperial-ibérica, o abutre-preto, a cegonha-preta (símbolo do Parque), o cortiçol-de-barriga-branca, o chasco-preto, o abutre do Egito, a águia-de-Bonelli, a águia-real, o grifo, o bufo-real, o peneireiro-das-torres, o abibe, o corvo-marinho-de-faces-brancas e o papa-figos.

Nos cursos de água ocorrem populações de diversas espécies de peixes, nomeadamente alguns com o estatuto de “raro”, como a boga-de-boca-arqueada. E espécies herpetológicas ameaçadas, como o lagarto-de-água, o cágado-de-carapaça-estriada e a rã-ibérica.

Esta Área Protegida é dominada pelas zonas florestais, fundamentalmente de azinho e eucalipto, às quais se juntam áreas de pastagens, de matos e os sistemas agroflorestais. A flora aqui existente é bastante rica e diversificada: são conhecidas 610 espécies, pertencentes a 92 famílias.

Do ponto de vista de vegetação, este Parque Natural apresenta comunidades típicas dos ecossistemas mediterrânicos: para além do montado de sobro e azinho, encontramos azinheiras, medronheiros, carrascos, terebintos, rosmaninhais, oliveiras e zambujeiros, e vegetação das linhas de água, com destaque para as galerias ripícolas de salgueiros.

As centenas de espécies animais e vegetais presentes no Parque Natural do Tejo Internacional coexistem com alguns núcleos humanos tradicionais, desde lugarejos rústicos quase despovoadas, a aldeias renovadas e cuidadas.

É uma zona excelente para a observação de aves, mas também para atividades turísticas mais “ativas”, como os percursos pedestres ou em BTT, a escalada ou a canoagem. Tudo envolto pela natureza, e à espera da sua visita.