O candidato português a Árvore Europeia do Ano

19 de Fevereiro 2021

Pela primeira vez, o candidato português a Árvore Europeia do Ano é uma árvore ornamental, exótica em Portugal. Conheça o Plátano do Rossio de Portalegre e vote nele!

Crédito Fotografia
Ana Santos

Todos os anos, desde 2011, a EPA (Environmental Partnership Association – Associação de Parceria Ambiental) organiza o concurso da Árvore Europeia do Ano, com o objetivo de encontrar “as árvores com as histórias mais importantes”.

Para além de Portugal, a Bélgica, Bulgária, Croácia, Espanha, Eslováquia, França, Federação Russa, Holanda, Hungria, Itália, Polónia, Reino Unido e República Checa são os “14 países orgulhosos da sua herança natural” – como a organização lhe chama – que têm uma das suas árvores a votos.

Um plátano que tem a maior copa da Península Ibérica; um castanheiro que sobreviveu às duas grandes guerras; uma amoreira que escondeu um revolucionário das autoridades; um lódão bastardo que é o residente mais antigo da cidade; uma azinheira que festejava com as bruxas; um carvalho instalado numa antiga rota de comércio; um imponente choupo negro de petit-nom “Pouplie”, cujas folhas adornam o brasão de armas da vila; um plátano guardião de uma mesquita; uma tília que inspirou Van Gogh; uma olaia cujas plântulas ornamentam o jardim de inúmeros habitantes da cidade; um plátano que se projeta sobre um riacho enquanto zela pela floresta à sua volta; uma tília no limite da aldeia; uma sorveira solitária, pendurada na margem de um riacho; e uma macieira que testemunha, silenciosamente, a história do seu povo. São estas as árvores vencedoras do concurso nacional de cada país, para serem suas representantes na votação internacional.

Crédito Fotografia
Ana Santos

O plátano do Rossio de Portalegre, de nome científico Platanus hybrida, tem um porte majestoso: 23 metros de comprimento, sete metros de perímetro de tronco e 37 metros de diâmetro de copa. Medidas que fazem dele o maior da Península Ibérica. Foi plantado em 1838 pelo médico e botânico José Maria Grande, e é a mais antiga árvore classificada de interesse público em Portugal, tendo sido registada a 28 de agosto de 1939.

Está localizado num jardim, numa zona central da cidade alentejana, e por isso tem também uma importância social para os habitantes, que desde sempre se sentam à sua sombra, para descansar ou pôr a conversa em dia.

A votação só termina a 28 de fevereiro, pelo que ainda está a tempo de votar no nosso plátano. Os resultados são anunciados a 17 de março.

Portugal venceu este concurso em 2018, com o sobreiro assobiador de Águas de Moura, em Palmela. Quem sabe não é este o ano em que o património natural nacional volta a ter destaque europeu?

A EPA, que organiza este concurso, é uma associação que apoia projetos comunitários que têm como objetivos proteger o ambiente e capacitar comunidades locais. Nos últimos 20 anos, contribuiu com 10 milhões de euros de financiamento para estes projetos.