Os superpoderes dos sacos de papel

18 de Outubro 2020

Os sacos de papel contribuem para mitigar as alterações climáticas. Dito assim, parece estranho, talvez até um pouco exagerado. Mas quando, grão a grão, começamos a esmiuçar os superpoderes destas embalagens, tudo se torna claro.

Comecemos pelo princípio. O papel é feito à base de madeira, um material natural e renovável. Na Europa, essa madeira é proveniente de florestas geridas de forma sustentável. Graças à contínua replantação de árvores para produzir papel, as florestas europeias cresceram 58.390 km2 entre 2005 e 2020, uma área maior do que a Suíça e que equivale a cerca de 1500 novos campos de futebol de crescimento florestal por dia. A gestão florestal sustentável mantém a biodiversidade e os ecossistemas, e provém habitat para a vida selvagem, áreas de lazer e empregos.

À medida que as árvores novas crescem, absorvem CO2 da atmosfera. O sequestro de carbono médio anual na biomassa florestal europeia atinge os 719 milhões de toneladas de CO2, o que equivale às emissões geradas num ano por um país como a Alemanha. O carbono armazenado nas fibras de madeira da árvore permanece em todos os produtos florestais, como os sacos de papel, e não é libertado durante o seu ciclo de vida.

Os sacos de papel são 100% biodegradáveis – entre dois e cinco meses – e 100% recicláveis. Com uma taxa atual de 72%, a Europa é líder mundial na reciclagem de papel.

A utilização de sacos de papel ajuda a reduzir o consumo de sacos de plástico. A quantidade atual de plástico que chega aos oceanos é já de 11 milhões de toneladas por ano, e, se não fizermos nada para inverter a tendência, aumentará para 29 milhões até 2040.

Para além dos aspetos ambientais, podemos contar com o apoio dos sacos de papel no momento de fazermos as nossas compras: graças às fibras de celulose longas e fortes, têm uma alta resistência mecânica, podendo suportar cargas até 12 kg e ser reutilizados até cinco vezes. Existe um teste padrão europeu (EN13590:2003) que certifica a qualidade dos sacos de papel, que são depois marcados com o peso e o volume que podem carregar.

Os sacos de papel são também uma questão de “passar uma mensagem”. A sua utilização está alinhada com um estilo de consumo moderno e sustentável, que mostra o compromisso ambiental tanto de consumidores como de vendedores.

O papel tem ainda uma parte emotiva, ligada aos sentidos e às perceções, que também “ganha” aos seus congéneres de plástico: de acordo com um estudo de mercado da consultora IPSOS, realizado em sete países da Europa, 80% dos consumidores consideram que uma marca impressa em papel é mais agradável e atrativa; 79% referem que o papel é mais agradável de manusear e tocar; e 86% revelam que, quando podem escolher entre a embalagem de papel e outro material, escolhem o papel.

[Fontes: Estatísticas FAO; State of Europe’s Forests 2015; European Paper Recycling Council; “Evaluating scenarios toward zero plastic pollution”, Winnie W. Y. Lau et all; “Evaluation of physico-mechanical properties of paper bags for use in transporting retail products”, ITENE.]