Português João Rodrigues é um dos vencedores do concurso Wildlife Photographer of the Year

22 de Outubro 2021

Os premiados deste ano oferecem-nos momentos verdadeiramente inspiradores da natureza e vida selvagem. E um deles é português.

Créditos Fotográficos
©-João-Rodrigues-Wildlife-Photographer-of-the-Year

“Onde as salamandras desovam” é o título da fotografia premiada na categoria Comportamento: Répteis e Anfíbios, da autoria do fotógrafo português João Rodrigues. Foi tirada no início do ano, na floresta inundada de Minde, no concelho de Alcanena, quase por obra do acaso. O fotógrafo estava a retratar camarões-fada quando um vulto num arbusto o assustou e o fez olhar, reparando então num casal de salamandras a copular. Ajustou rapidamente a máquina e fez a foto.

Sagrar-se vencedor neste que é o mais antigo concurso de fotografia de vida selvagem do mundo, promovido pelo Museu Natural de História de Londres, “é um sonho tornado realidade”, referiu na cerimónia de entrega dos prémios. E permite-lhe “mostrar ao mundo a magia de um dos mais raros e frágeis ecossistemas de Portugal”. “Esta fotografia representa mais do que uma floresta e a fauna. De certa maneira, representa a beleza de todos os ecossistemas que se podem perder para sempre devido à ação humana”, acrescentou.

Premiadas “pela sua composição artística, inovação técnica e interpretação fiel do mundo natural”, as fotos vencedoras mostram-nos garoupas camufladas, aranhas em “casas” transparentes ou perigosamente escondidas debaixo da cama, renas lutadoras, ursos pardos destruidores de câmaras ou corvos enamorados, entre muitos outros.

Foram mais de 50 000 imagens a concurso. Para além dos vencedores nas várias categorias, o vencedor absoluto, com direito ao título de “Wildlife Photographer of the Year” foi o francês Laurent Ballesta, com “Creation”, uma fotografia de três peixes da espécie Epinephelus polyphekadion (garoupas), camufladas numa nuvem de ovos e esperma:

Créditos Fotográficos
©-Laurent-Ballesta-Wildlife-Photographer-of-the-Year

Rosamund Kidman Cox, presidente do júri, comentou a foto vencedora: “A fotografia trabalha tantos níveis. É surpreendente, energética e intrigante, e tem uma beleza de outro mundo. Também capta um momento mágico – uma verdadeira explosão de vida – deixando a ponta final do êxodo de ovos suspensa por um momento, como um ponto de interrogação simbólico”.

O outro grande prémio, de Melhor Jovem Fotógrafo, foi entregue ao indiano Vidyun R. Hebbar, de apenas dez anos, pela sua foto “Dome Home” (“Casa em cúpula”), que apresenta uma aranha na sua teia, contra o fundo colorido de um riquexó que passa:

Créditos Fotográficos
©-Vidyun-R-Hebbar-Wildlife-Photographer-of-the-Year

“É uma forma muito imaginativa de fotografar uma aranha”, comentou a presidente do júri. “A fotografia está perfeitamente enquadrada, o foco está perfeito. Mas a parte verdadeiramente inteligente é o fundo criativo, as cores vivas do riquexó”.

Pode ver os restantes vencedores nas várias categorias e outras fotos a concurso aqui: https://www.nhm.ac.uk/wpy/